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domingo, 15 de abril de 2018
"Somos seres desejantes destinados a incompletude e é isso que nos faz caminhar".
O desenvolvimento humano em seu aspecto ontogenético, ou seja, referente a cada indivíduo em particular ( não entraremos na noção de espécie), varia de um contexto para o outro desde a gestação do embrião até a morte do sujeito na velhice.
Esta variação, apesar de demonstrar o abismo existente entre as pessoas, no tocante às configurações biológicas e psíquicas, não exclui o único ponto que há em comum entre todas elas, a sensação de desequilíbrio em relação ao mundo ao seu redor.
O Big Bang do nascimento transforma o aconchego equilibrado do útero em uma experiência dolorosa de aprender a sobreviver num ambiente externo pré-existente e cheio de regras, as quais parecem estranhas e desprovidas de sentido a um organismo ainda selvagem, com instintos e pulsões à flor da pele.
Vê-se então a busca pela satisfação e apenas isso, pois ainda não é cabível a introdução da cultura e da civilização, noção que mais tarde se somará como fonte de mal estar, frente a esses primeiros desejos e a todos os outros que elas são incompatíveis.
A maturação neurológica para que, no mínimo, se possa arriscar os primeiros passos rumo ao desconhecido e quem sabe até, adquirir linguagem para criar outros e laços, se torna uma questão de vida ou morte, enquanto a possibilidade de separar-se da mãe ainda parece uma tortura e isso para alguns nunca deixará de sê-lo.
Estamos falando da angústia de separação e é ela o elemento capaz de favorecer uma autonomia na maneira como se aprende e se apreende o mundo, levando-se em conta a presença ou ausência da mãe como porto seguro em suas investidas, construindo também na criança, a capacidade em lidar com as perdas.
A mãe ainda representa o elo mais forte para criança em desenvolvimento cognitivo e maturação emocional, ainda que a ideia de equilíbrio intra-uterino já tenha caído por terra nessas alturas. Arrastar a mãe consigo ou deixar-se arrastar por ela na tentativa de construir um novo lugar seguro para viver, como posição subjetiva, é um comportamento natural e esta mãe será substituída inúmeras vezes ao longo da vida, ora por outras pessoas, ora por um conjunto de coisas ou de crenças, ainda projetada inconscientemente.
Por Leonardo Gomes Queiroz - Psicólogo Clínico CRP 03/IP16854
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